A Cultura de Morte foi o nome que São João Paulo II utilizou para se referir a todas as situações de morte que estavam acontecendo dentro da sociedade. Ele nomeou assim quando escreveu em 1995 a encíclica chamada Evengelium Vitae (“Evangelho da Vida”).
“Nos encontramos perante um combate gigantesco e dramático entre o mal e o bem, a morte e a vida, a cultura da morte e a cultura da vida. Encontramo-nos não só diante, mas necessariamente no meio de tal conflito: todos estamos implicados e tomamos parte nele, com a responsabilidade iniludível de decidir incondicionalmente a favor da vida.” (Evangelium Vitae, n. 28)
São João Paulo II escreveu que a humanidade está no meio de um confronto entre um bem e um mal, entre uma cultura de morte e uma de vida, e hoje percebemos que cada dia que passa estamos mais inseridos dentro desse conflito, dessa guerra entre o bem e o mal.
A cada dia nos deparamos com mais situações de desordens e desequilíbrios que ferem a vida humana e que propagam a morte de uma forma aberta nas mídias, redes sociais, escolas, e em todos os ambientes da sociedade.
Nós podemos nos iludir, achando que todas essas desordens são fruto do acaso, mas não são. A cultura de morte existe para ser predadora da civilização cristã.
Se eu perguntasse a você: você vive numa civilização cristã? Qual seria tua resposta? Pode ser que você responda não, uma vez que nem todas as pessoas que convivemos acreditam em Cristo. Mas esse é um ponto interessante, pois embora nem todos que convivemos acreditem em Cristo, ainda assim nós estamos em uma civilização cristã, porque todos os costumes que temos e o que fazemos são reflexo da vinda de Cristo.
Toda a estrutura de sociedade que possuímos foi iniciada depois de Cristo e a partir de Cristo. Podemos analisar e veremos que só temos hospitais, escolas, universidades, pois um dia a Igreja Católica, a partir da mensagem de Cristo, criou tudo isso, se não, não teríamos.
Até mesmo o entretenimento das pessoas é influenciado por Cristo, uma vez que só vamos em um estádio de futebol porquê um dia Cristo veio, pois antes da mensagem de amor, o que as pessoas iam fazer em um estádio era ver pessoas morrerem sendo comidas por animais selvagens.
Outro ponto que podemos observar é o matrimônio. Hoje só nos casamos e vivemos uma fidelidade no matrimônio com uma pessoa só, porquê Cristo nos ensinou isso. Também a mulher só possui dignidade hoje porque Cristo falou da dignidade de todos, porque antes de Cristo a mulher não tinha valor para a sociedade.
Mas, hoje vivemos um momento em que uma cultura predadora tenta acabar com essa civilização cristã.
A cultura de morte existe com o objetivo de combater todos esses traços da civilização cristã.
E isso vem acontecendo muitas vezes de forma sutil e silenciosa, quando percebemos já estamos imersos em pensamentos de morte.
A vida das crianças indefesas no ventre de suas mães não é mais defendida, a ideologia de gênero que traz desordem e fere a dignidade humana cada dia ataca mais e mais crianças nas escolas, famílias são desestruturadas por divórcio, traições, álcool, e tantas outras situações de morte.
Precisamos compreender que como São João Paulo II escreveu: “Encontramo-nos não só diante, mas necessariamente no meio de tal conflito: todos estamos implicados e tomamos parte nele, com a responsabilidade iniludível de decidir incondicionalmente a favor da vida.”
Jesus veio para trazer a Vida, e como cristãos precisamos compreender que temos a responsabilidade de lutar nessa batalha defendendo a vida em todas as circunstâncias, lutando contra essas situações que ferem a dignidade humana.
Nesse conflito entre o bem e o mal, devemos fazer nossa parte buscando conhecer a verdade, de forma sincera, a partir da luz de Cristo, na qual a Igreja Católica nos instrui desde os primórdios; rezando contra todas as investidas da cultura de morte: “pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhas nos ares” (Ef 6,12).
E por fim, devemos estar atentos para impedir a propagação ou investida dessa cultura má dentro de nossas realidades; nas escolas estarmos atentos ao que ensinam aos nossos filhos; na política nos posicionarmos a favor daqueles que defendem a vida; dentro do matrimônio abandonarmos os pecados e buscar viver a santidade. Por fim, vivenciar uma conversão enquanto verdadeiros cristãos.
Eduardo Rivelly
Fundador da Comunidade Católica Missão Maria de Nazaré
Transcrito, por Mariana Brito, da formação do Eduardo Rivelly, no seguinte vídeo – https://www.youtube.com/watch?v=OoED2eafDUM&ab_channel=Miss%C3%A3oMariadeNazar%C3%A9