Conheci a Comunidade em 2016 quando me mudei para Divinópolis. Lembro-me que fiquei encantada com tudo, com as famílias, com a capela: tudo me dava uma alegria muito grande, mas permaneci por pouco tempo aqui. Por mais que tivesse tido pouco contato com a missão, algo ficou em meu coração: um desejo de conhecer mais.
Mesmo estando longe, sempre acompanhei a Comunidade através das redes sociais e depois de um tempo através da minha prima, que se tornou membro, cada vez que ela dizia para mim algo que aprendeu nas formações ou nos retiros. Uma alegria brotava no meu coração, sentia uma atração e um desejo de viver tudo aquilo, mesmo não sabendo como, não entendendo o que era uma Comunidade nem mesmo um carisma.
Em 2018 me mudei novamente para Divinópolis e decidi fazer o caminho vocacional. Meu intuito era mais para conhecer a Comunidade, entender como funcionava, mas muitas coisas me impediram de continuar e tive que voltar novamente para minha cidade. Embora não houvesse terminado o vocacional, percebia que muitas coisas haviam sido clareadas dentro de mim e sentia que ainda faltava algo, alguma coisa estava incompleta. Depois disso, vivi um tempo muito conturbado na minha vida, estava em um namoro onde eu lutava para viver o que era certo, buscava a vontade de Deus, mas não existia a mesma luta da outra parte, mas ainda sim não conseguia abrir mão pois acreditava que um dia iria conseguir mudar essa realidade.
Caminhava na RCC desde os meus 12 anos, mas tudo o que eu vivia lá já não me preenchia mais, não me chamava mais a atenção. Eu desejava mais do que aquilo, algo diferente e diante dessas situações fui entrando num estado de aridez espiritual e de pecados. Mesmo não tendo me afastado da Igreja me sentia afastada de Deus. A cada vez que eu ia à Missa e não podia comungar era como se abrisse uma ferida em meu coração, eu sabia que tudo o que eu estava vivendo era errado, que meu namoro não agradava a Deus, que me afastava cada vez mais Dele, me sentia como se estivesse presa a toda essa realidade, da qual eu tentava sair mas não dava conta.
Durante esse tempo continuava a ter contato com a Comunidade através da minha prima que sempre me contava tudo o que acontecia aqui e sempre ficava em mim um desejo de viver tudo isso. Com o passar do tempo, a minha realidade estava ficando cada vez mais insustentável, já não dava mais para viver algo que Deus não desejava para mim e que estava cada vez mais me fazendo presa ao pecado. Decidi então terminar o meu relacionamento. Foi muito difícil pois estava presa à carência e ao medo de ficar sozinha e me sentia culpada por tudo o que havia acontecido, mas apesar de toda a dificuldade consegui terminar, foi um tempo muito penoso para mim, de muita dor em que tive que me reencontrar, redescobrir quem eu era, me aproximar novamente de Deus e me redimir com Ele.
Nesse meio tempo minha prima me falou sobre o vocacional da Comunidade e meio que de impulso decidi fazer e tomei a firme decisão de ir até o final, ainda que eu não entrasse e foi uma batalha pois meu vocacional foi durante a pandemia. Me recordo que vim à Divinópolis pouquissimas vezes, os retiros eram todos online. Um dia ao rezar para discernir se de fato eu tinha o carisma e qual era minha pertença, Jesus me deu a palavra de Oséias 2, 16-25 e naquele momento entendi que o Senhor me chamava a ser Comunidade e a ser Comunidade de Vida. Continuei todo o caminho já tendo a certeza de que era isso o que Deus desejava. Fiz o último retiro com o coração em paz pois era isso o que eu desejava. Me recordo que, ao receber a resposta de que havia sido aceita como membro, o sentimento que eu tinha era que eu pertencia a um povo.
Hoje já fazem 4 anos que pertenço a esse povo. No início não foi nada fácil viver essa pertença, não pelas pessoas, mas por mim. Foi um processo eu perceber que o caminho da santidade é feito através de sofrimentos e renúncias e principalmente pela cruz
Ao olhar para minha história, para as coisas que vivi, posso dizer com toda a certeza: o Carisma Missão Maria de Nazaré foi e é a misericórdia de Deus em minha vida. Foi este Carisma quem me curou e me devolveu para Deus e que, apesar de tudo, de todas as lutas, dos choros, das alegrias, dos sofrimentos não existe outro lugar em que eu conseguiria ser santa e amar a Deus. Se fosse preciso escolher mil vezes, mil vezes escolheria ser Missão Maria de Nazaré!