A história do grande São José de Anchieta confunde-se com a dos primeiríssimos anos da nação brasileira. Com apenas 19 anos, em 1553 chegava ele ao Brasil a fim de trazer Cristo àquele povo recém-descoberto (nós, brasileiros). Ficou conhecido como o apostolo do Brasil, e tornou-se até mesmo patrono da educação brasileira. Durante seu cárcere nas mãos dos tamoios, em 1563, escreveu nas areias da praia de Iperoig (hoje praia do Cruzeiro) um poema dedicado à Virgem Maria, com quase 5 mil versos. Trata-se do maior poema dedicado à Santa Mãe de Deus que a literatura Católica já viu.
Ó doce chaga, que repara os corações feridos,
Abrindo larga estrada para o Coração de CRISTO.
Prova do novo amor que nos conduz a união! (Amai uns aos outros como EU vos amo)
Porto do mar que protege o barco de afundar!
Em TI todos se refugiam dos inimigos que ameaçam:
TU, SENHOR, és medicina presente a todo mal!
Quem se acabrunha em tristeza, em consolo se alegra:
A dor da tristeza coloca um fardo no coração!
Por Ti Mãe, o pecador está firme na esperança,
Caminhar para o Céu, lar da bem-aventurança!
Ó Morada de Paz! Canal de água sempre vivo,
Jorrando água para a vida eterna!
Esta ferida do peito, ó Mãe, é só Tua,
Somente Tu sofres com ela, só Tu a podes dar.
Dá-me acalentar neste peito aberto pela lança,
Para que possa viver no Coração do meu SENHOR!
Entrando no âmago amoroso da piedade Divina,
Este será meu repouso, a minha casa preferida.
No sangue jorrado redimi meus delitos,
E purifique com água a sujeira espiritual!
Embaixo deste teto (Céu) que é morada de todos,
Viver e morrer com prazer, este é o meu grande desejo.