Todos querem ouvir ‘Amor I Love You’.
O amor é o ponto de partida de todas as coisas. Amar é uma qualidade própria de todo ser humano. Um das frases mais utilizadas da língua inglesa e que se popularizou no Brasil é a boa e velha “I love you”. Essa expressão passou a ser empregada para toda e qualquer mínima relação de afeto e em todo e qualquer lugar.
Mas, o que é esse amor?
Sabemos que o amor é uma premissa indispensável.
Se fizermos uma autoanálise sincera, veremos que todos nós temos uma sensação de vazio dentro do nosso coração.
Estamos constantemente em busca da felicidade e colocamos toda a nossa disposição, os nossos dons e talentos para alcançarmos aquilo que, supostamente, irá nos tornar “completos”.
Pensamos: serei feliz quando encontrar aquela pessoa “ideal”, quando alcançar aquela carreira ou quando comprar aquela casa.
Na tentativa de preenchermos o nosso vazio, por mais bem intencionados que possamos ser, erramos o alvo. Logo bate a decepção e o sentimento de que nossas expectativas foram frustradas.
Acontece que o nosso desejo por amor, por afirmação, alegria e realização, lá no fundo é uma busca incessável por aquilo que nos transcende. Saiba, pois, que essa procura está inscrita no coração do homem[1].
Contudo, podemos nos questionar: como alcançar esse amor?
Amar é o mesmo que doar-se, é semelhante ao fogo. “Como fogo, o amor bem direcionado fornece vida e calor, caso contrário, destrói tudo. O coração humano foi feito para dar-se. Quando se dá aos outros é criativo e fecundo. Mas amar a si mesmo é o caminho mais curto para a autodestruição”[2].
Estamos tão focados em nós mesmos e no nosso próprio “eu” que esquecemos que o amor não apenas é ouvir ou dizer “I love you”.
O amor não é unilateral, ele existe entre pessoas, é social. O amor é um encontro. Porém, é importante esclarecer que “o desejo de reciprocidade não exclui o caráter desinteressado do amor. Pelo contrário, o amor recíproco pode ser totalmente desinteressado”[3].
Sendo assim, que possamos sair do nosso próprio “eu” e alcançar o dom de si mesmo, sem esquecer que “só pode dar-se aquele que se possui, pois ninguém pode dar o que não tem”[4].
Magali
Missionária da Missão Maria de Nazaré
–
[1] CIC, parágrafo 27.
[2] Basallo, Alfonso e Díez, Teresa. Um pijama para dois – O casamento é uma máquina de produzir felicidade – Manual de instruções. 2 edição. São Paulo: Cultor de Livros, 2015.
[3] Wojtyla, Karol. Amor e responsabilidade. São Paulo: Cultor de Livros, 2016.
[4] Idem.