Lênin, feminismo e a destruição da família
No livro A Origem da Família, da propriedade privada e do estado, publicado por Friedrich Engels em 1886 baseado nos escritos de Marx e Lewis Morgan, descrevem que não bastaria apenas uma luta de classes entre burguesia e proletariado para abolição da propriedade privada. Antes mesmo que existisse a relação dominadora de patrão e empregado, tal hierarquia escravizadora já se tornava presente dentro das famílias. Neste livro, Marx descreve que nos primórdios, no tempo das cavernas todos tinham relações entre si: homens x mulheres x crianças, sendo considerado por ele uma liberdade. Contudo, segundo Marx, foi a partir da agricultura no qual os homens passaram a acumular bens e riquezas, que surgiu a necessidade de escravizar a mulher, pois os homens precisavam saber quem eram seus filhos para passar suas riquezas. Para ele, a família monogâmica, como o mesmo classifica, é uma instituição onde a mulher e os filhos são oprimidos pelo homem, sendo estes, sua propriedade privada. Por isso, para redimir a humanidade desta opressão seria necessário destruir as famílias.
Sendo a finalidade do comunismo abolir a propriedade privada, Lênin tenta por meio de uma revolução em 1917 na Rússia juntamente com o proletariado e camponeses, destruir com armas e assassinatos grandes agricultores, a tomarem suas terras e seus bens para que a fome, no qual o país passava na época, após a Primeira Guerra Mundial, fosse contida. Aqueles que de algum modo fossem oposição a Lênin, eram admitidos em seus campos de “reeducação” e trabalho forçado, ou seja, campos de concentração. Apesar de seu pai ser católico ortodoxo, sua morte quando Lênin tinha 16 anos de idade, foi a precursora para que este se tornasse ateu, correlacionado a uma falta de prática religiosa de sua mãe que era luterana. Tudo isto, fez com que o ateísmo fosse uma de suas principais lutas: promoção por políticas antirreligiosas.
Alinhado a isto, Lênin estabeleceu novas políticas públicas, leis que deram as mulheres direito ao aborto, ao divórcio e a contracepção para que se tornassem iguais aos homens e saíssem da escravidão domésticas as quais viviam.
“O segundo e mais importante passo é a abolição da propriedade privada da terra e das fábricas. Isto, e só isto, abre o caminho para uma emancipação completa e real da mulher, a sua libertação da ‘servidão doméstica’ através da transição de pequenas tarefas domésticas individuais a serviços domésticos socializados em grande escala. ” – (Lênin, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora”, 1921).
Mas só a revolução comunista operária implementada por Lênin não foi suficiente para destruir a família, assim as feministas marxistas passaram a se questionar sobre qual teria sido a falha de Lênin. Em seguida, a feminista Kate Millet em seu livro ‘Política Sexual’ entendeu que a destruição da família deveria vir de uma Revolução sexual, e não por armas ou guerras como fizeram os comunistas. A mesma dizia que a Revolução sexual se daria pelo fim das inibições e dos tabus sexuais. Tal pensamento, foi continuado pela feminista Shulamith Firestone que dava como correto o primeiro pensamento de Marx, que afirmava que no início dos tempos não havia família.
Shulamith Firestone, dizia que era necessário libertar as mulheres de sua biologia e de seu destino biológico (maternidade e a família), mais ainda, destruir as distinções sexuais entre homens, mulheres e entre adultos e crianças, até chegarmos a uma liberdade sexual onde todos os adultos, todas as mulheres e todas as crianças pudessem usar a sexualidade como bem entendessem. Segundo ela:
“O tabu do incesto é necessário agora apenas para preservar a família; então, se nós acabarmos com a família [na revolução socialista], na verdade acabaremos com as repressões que moldam a sexualidade em formas específicas.
Os tabus do sexo entre adulto/criança e do sexo homossexual desapareceriam, assim como as amizades não sexuais […] Todos os relacionamentos estreitos incluiriam o físico” (The dialect of sex, p. 59).
Com estes ideais, em 1990, dentro do movimento feminista, iniciam-se as intensas lutas ideológicas que entram dentro do campo filosófico, passando a serem estudados em universidades e cada vez mais difundidos entre jovens, adultos e as crianças nas escolas. A cada ano, novas estratégias, novos projetos de lei, músicas e vídeos com teor sexuais considerados como normais, referências artísticas que degradam o belo e ideologias, como a ideologia de gênero a qual ensina que se pode tudo dentro do campo sexual, tentam destruir as famílias. Não é fácil desconstruir tudo o que aprendemos, mas é urgente buscarmos o estudo para nos encontrarmos com a verdade.
Deryanne Bezerra
Missionária da Comunidade Católica Missão Maria de Nazaré
Referências:
Histórico da Teoria de Gênero: https://www.youtube.com/watch?v=Aos5g2hHI-s
“Como está a pedagogia das escolas no Brasil” https://www.youtube.com/watch?v=HB7o6cspJe0
“Os pais precisam se preocupar com as ideologias nas escolas?” https://www.youtube.com/watch?v=w9ef5jkdkUM