Uma parábola, é uma forma muito utilizada por Jesus para explicar-nos as realidades invisíveis, as coisas de Deus, de maneira que todos nós possamos ter uma razoável compreensão da mensagem essencial que está por trás da história. Esta parábola do Evangelho segundo São Mateus (20, 1-16a) desconcerta-nos a uma primeira vista, pois aos olhos apressados poderia representar uma injustiça da parte do patrão o mesmo pagamento a todos os trabalhadores convocados ao longo do dia.
Entretanto, a lógica do Reino é completamente diferente da lógica do mundo. O profeta Isaías já ensinava: “Não são meus pensamentos vossos pensamentos, nem vossos caminhos são meus caminhos” (55, 8). Nosso Senhor quer mostrar a nós que a justiça, no Reino de Deus, vai muito além da justiça que podemos supor. Independente da hora em que se é admitido ao serviço, Deus não nos recompensa pela quantidade maior ou menor de horas trabalhadas ou mesmo por termos suportado o calor de um dia inteiro, mas dá a cada um conforme a sua Benevolência e Amor.
Deus, em verdade, nem nos recompensa, pois a idéia de recompensa tem a ver com mérito, com merecer algo e mesmo trabalhando o dia todo, nunca somos plenamente merecedores do Reino de Deus, pois este é sempre dom gratuito, um presente do Deus de Amor.
É interessante ressaltar ainda que, o fato de Deus nos chamar para trabalhar na sua vinha, ajudando-o na construção de Seu Reino de verdadeira Paz e Justiça, colaborando com a Obra do Senhor já é, por si só, uma imerecida graça. Agradeçamos ao Senhor Deus o seu Amor sempre fiel e gratuito que nos concede o privilégio de poder auxiliá-lo em sua vinha e que Ele faça germinar para a Messe Eterna as sementes do Reino que lançamos com nosso trabalho.
Padre João Dias Rezende Filho
Texto de 2011, escrito pelo então seminarista João Dias