O que a mãe de um doutor da Igreja tem a nos ensinar
No dia 27 de agosto a Igreja celebra a memória de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho. Mônica nasceu no ano de 331, em Tagaste, norte da África, no seio de uma família cristã.
Aos vinte anos, foi dada como esposa a um homem pagão chamado Patrício, que muito pouco se lhe assemelhava: sua vida era pouco exemplar, indiferente à religião, de índole rude e violenta. Contudo, pela vontade de Deus, “o homem infiel foi santificado por meio de uma mulher fiel”.
Dizem que “Mônica não é dessas almas extraordinárias cuja perfeição surpreende e desalenta a fraqueza humana, que com suas virtudes fogem à nossa imitação: filha dócil e humilde, esposa fiel, mãe mui terna, viúva casta e resignada: eis a vida de Mônica, exemplo de mulher cristã”[1].
Além de Santo Agostinho, ela teve outros dois filhos, Navígio e Perpétua.
Santo Agostinho que, na sua juventude teve uma vida bastante libertina, marcada por comportamentos desregrados e busca constante por prazeres, narra que sua mãe o concebeu no seu coração para a vida eterna: “Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”. Esforçou-se por esculpir na sua alma um caráter firme, sempre o repreendia e pedia que Deus o guardasse e o salvasse dos seus vícios.
Duas armas levaram a santa ao triunfo: a oração e as lágrimas. Diz o santo doutor que “noite e dia, minha mãe Vos oferecia por mim, em sacrifício, o sangue do seu coração transformado em lágrima”. Por isso, Santo Agostinho é conhecido como “o filho de tantas lágrimas”, tendo se convertido após 33 anos de oração de Santa Mônica.
Ela experimentou a desilusão, foi caluniada pelos de casa, sentia a dor de ter um marido pagão, mas o converteu. Foi-lhe ensinado que sem paciência, força de alma, sobriedade, espírito de sacrifício não se é boa esposa, nem cristã, nem santa. Com modéstia e com silêncio humilde e discreto, Santa Mônica pouco falou, mas muito amou. Com suas orações, lágrimas e com seu amor, salvou o seu marido e santificou os seus filhos. Ela fez da sua vida diária o martírio cotidiano.
Tornou-se viúva aos 39 anos e faleceu aos 56 anos de idade. É um exemplo de constância e fé inabalável de quem é sustentada pelas mãos do Altíssimo.
Santa Mônica, rogai por nós!
Magali
Missionária da Missão Maria de Nazaré
Referências:
Brugnolo, A. Santa Mônica: Mãe de Santo Agostinho. Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2018.
Agostinho, Santo. Confissões. Ed. Paulinas, SP, 1990.
[1] Brugnolo, A. Santa Mônica: Mãe de Santo Agostinho – Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2018.