Uma eleita
Aos 25 de agosto de 1901, nasce na cidade de Glogowiec, norte da Polônia, a terceira de dez filhos de um casal de aldeões, chamada Helena Kowalska. A menina que anos mais tarde seria conhecida como a apóstola da divina misericórdia: Santa Faustina Kowalska.
Deus elegera essa pobre menina polonesa para propagar ao mundo uma característica de Deus, ou usando as palavras do salmo, o que Deus mesmo é: misericórdia (cf. Sl 24(25)).
“É teu dever e tua missão em toda a tua vida dar a conhecer às almas a grande misericórdia, que tenho para com elas, e animá-las à confiança no abismo da Minha misericórdia.” (Diário, 1567)
Desde seus sete anos de idade, Helena – que só depois de freira viria a adotar o nome de Faustina – já sentia os toques de Deus na sua alma para que ela fosse santa, segunda ela mesma vai relatar anos mais tarde.
Movida por esse desejo fez aos 18 anos um pedido aos pais para se tornar religiosa. Os pais rejeitaram firmemente essa ideia. Helena, angustiada e iludida pela alegrias passageiras, começou a mergulhar em coisas mundanas. Até em que em um baile, ela viu Jesus chagado a lhe dizer: Até quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me desiludirás?” (Diário, 9)
Jesus Misericordioso
Viveu esse processo de conversão, de Helena passou a ser Irmã Faustina e no dia 22 de fevereiro de 1931 ela teria uma visão de Jesus de pé, com uma túnica, aberta na altura do coração, de onde saiam grandes raios, de um lado vermelho, do outro branco. Jesus então pediu-lhe que mandasse pintar um quadro que representasse perfeitamente a visão que havia tido e que adicionasse abaixo “Jesus, eu confio em Vós”. Era o Jesus Misericordioso. E explicou o significado dos dois raios: “O raio branco significa a Água, que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue, que é a vida das almas”.
Irmã Faustina começa a escrever em um diário, a pedido do seu diretor espiritual, seus encontros com Jesus Misericordioso e sua vida espiritual, de um modo geral. Dali em diante então Jesus apareceria em visões místicas ou na intimidade do coração a Santa Faustina, revelando ao mundo a Sua Misericórdia tão esquecida pelos homens.
Terço da Misericórdia
Em 1935, Jesus ensinou a poderosa oração do terço da misericórdia a santa, atribuindo a ela diversas promessas. É um pedido sobretudo de reparação e pedido de misericórdia pelos pecados pessoais e os pecados do mundo inteiro. Jesus disse a Santa Faustina: “Pela recitação desse Terço agrada-me dar tudo que Me pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos, encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles será feliz.
Escreve isto para as almas atribuladas: Quando a alma vê e reconhece a gravidade dos seus pecados, quando se desvenda diante dos seus olhos todo o abismo da miséria em que mergulhou, que não desespere, mas se lance com confiança nos braços da minha Misericórdia, como uma criança nos braços da mãe querida. Estas almas têm sobre meu Coração misericordioso um direito de precedência. Dize que nenhuma alma que tenha recorrido a minha Misericórdia se decepcionou nem experimentou vexame […]”
Festa da Divina Misericórdia
Jesus fez um pedido também magnânimo a essa freirinha escondida, num convento escondido no interior da europa: que se instituísse uma festa em celebração à Sua Divina Misericórdia, no domingo logo após o domingo de Páscoa. “Como é que eu, semi-analfabeta e ignorante, vou fazer com que o Papa, em Roma, saiba que tem de instituir uma festa para a Igreja inteira?”, pensava Faustina. Mas, quando a obra é de Deus, Ele abre as portas da Sua providência. Anos mais tarde surgirá um Papa também Polonês, São João Paulo II, devoto de Santa Faustina e da Divina Misericórdia, que ouviu o apelo de Deus para que se instituísse essa festa na Igreja, a fim de que todos conheçam e reconheçam a misericórdia de Deus. Inclusive, o próprio Papa morreria em um sábado nas vésperas do domingo da divina misericórdia.
Que todos conheçam
Hoje te convido a refletir e a pensar nessa revelação divina, tão para os nossos tempos, tão recente que foi, no século passado. Te convido, a poucos dias que estamos da Páscoa, a rezar a novena em preparação à Festa da Divina Misericórdia.
Deus usou de uma menina pobre, semianalfabeta para propagar ao mundo a Sua Misericórdia. Mais do que nunca o mundo moderno precisa de misericórdia, e nós precisamos de misericórdia, diante de nossas ofensas a Deus.
“Causa-Me prazer as almas que recorrem à Minha misericórdia. A estas almas concedo graças que excedem os seus pedidos”. (Diário, 1146).
Jesus, eu confio em Vós!
Emanuel de Jesus
Missionário da Comunidade Católica Missão Maria de Nazaré