“Depois da minha morte, farei cair do Céu uma chuva de rosas”.
Foram três dias nos quais Divinópolis pôde contemplar e vivenciar concretamente o cumprimento dessa singela promessa da santinha de Lisieux, Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, que, nas palavras de S.S. Pio XI, é a “maior santa dos tempos modernos”. A visita das sagradas relíquias da grande Padroeira das Missões trouxe ao povo divinopolitano o despertar de profundos sentimentos ligados às virtudes da fé, esperança e caridade, dons de Deus sobre os quais devemos apoiar toda a nossa vivência cristã.
É importante salientar desde o início que a veneração das relíquias na fé católica não quer significar nenhum tipo de culto aos mortos ou uma espécie de necromancia. Na verdade, a veneração das relíquias torna-se não apenas um gesto de devoção, mas um testemunho tangível do amor divino pelos santos e da influência contínua de seus exemplos na vida da Igreja e de cada um dos fiéis
Desde o momento em que tocaram o solo divinopolitano, a Urna com as relíquias de Santa Teresinha foi alvo de profunda reverência e veneração dos fiéis católicos do nosso povo. O seu trajeto no carro aberto do Corpo de Bombeiros da cidade ia deixando pelas ruas onde passava um rastro de emoção nos olhares, nas expressões, nos sorrisos e lágrimas de cada transeunte que observava o cortejo. Mesmo aqueles que diziam, talvez, não ser tão devotos ou sequer partilharem da fé católica não ficaram incólumes à passagem das relíquias.
Foram inúmeros momentos emocionantes e de profundo significado espiritual. Santa Teresinha, considerada pela Igreja a padroeira das missões, mesmo tendo passado toda a sua vida religiosa no claustro da Ordem Carmelita, tinha um coração que ardia de zelo e amor pelas almas. E a passagem de suas relíquias pelas ruas da cidade apenas confirmava o seu ímpeto missionário de fazer com que todas as almas do mundo amassem a Jesus. À porta do Hospital Santa Lúcia, as pessoas faziam suas preces e expressavam sua gratidão a Deus por poder contemplar, de algum modo, a presença de uma alma santa, as relíquias do corpo da santinha carmelita.
Um dos momentos de maior emoção e piedade foi a passagem e breve parada do cortejo em frente ao Colégio Magnificat. A multidão que aguardava à frente da escola, composta de alunos, professores, pais de alunos e até mesmo pessoas sem qualquer ligação com o colégio puderam presenciar cenas de fé, enorme piedade e devoção do povo verdadeiramente católico de Divinópolis. No canto entoado pelos alunos, em honra à santinha, via-se o quanto uma alma santa é capaz de inspirar a santidade. Nos versos da canção “Passarinho”, cuja poesia é de autoria da própria carmelita de Lisieux, pode-se contemplar o profundo anseio de uma alma totalmente entregue e apaixonada por Deus.
Tal apaixonamento pôde ser visto também na alegria e piedade com que as irmãs do Carmelo de Divinópolis viveram os momentos da visita. Tanto a recepção quanto a despedida das Relíquias foi repleta de piedade e amor, num espírito de filhas que ficam enternecidas com a viva lembrança da própria mãe. Embora Santa Teresinha não tenha fundado a Ordem Carmelita, sua humildade, seu exemplo de santidade, a “Pequena Via” ensinada por ela permanece viva e vivificante no coração do Carmelo.
À Missão Maria de Nazaré coube a honra de custodiar diversos momentos em que as relíquias estiveram expostas à veneração popular e transladar a urna para que visitasse diversas paróquias da cidade, entre elas a Catedral do Divino Espírito, onde aconteceu a Santa Missa celebrada pelo bispo da diocese, Dom Geovane Luís da Silva.
É com o coração repleto de gratidão ao Senhor pela graça que tivemos da visita dessa grande santa da Igreja em nossa terra mineira, e pedimos ao Senhor, pela intercessão de Santa Teresinha, que abençoe nosso povo e conduza os corações a Cristo Jesus.